Foi com surpresa que um Partido que respeitamos, o PNR, apareceu a solidariezar-se com Marinho Pinto, novo Bastonário da Ordem dos Avogados e próximo do Bloco de Esquerda. Não pelo teor generalista das suas afirmações, mas pela falta de consistência das mesmas num Bastonário da Ordem. O estado da justiça é conhecido. A corrupção alimenta o sistema. Não precisamos de Marinho Pinto para nos dizer isto. Precisamos, sim, de factos, nomes, provas. E a denúncia urgente do sistema judicial português, do seu funcionamento. O PNR, mais do que ninguem o deverá saber. Não nos surpreendeu por isso a nova carga do Bastonário e as suas inadmíssiveis declarações sobre esse cancro que enchovalha o País há décadas, o caso Casa Pia. O Bastonário perdeu o pé e perdeu razão. Em nome do que afirmou antes, o caso Casa Pia é precisamente exemplar. No mínimo é lamentável e diz muito sobre com quem lidamos. Os holofotes cegam a razão e o bom senso. Começa mal, muito mal o Bastonário. A confirmar tudo o que se diz do estado da nossa Justiça que ele, pretensamente, tanto critica.
É altura, por entre o caos intelectual, ético e ideológico que vivemos reencontrar novos rumos. Longe da hipocrisia tão essencial à sobrevivência do regime democrático quando no limite a Democracia " não tem outro fim senão ela própria, quer dizer, a satisfação dos seus cabecilhas e fiéis, a pandilha ", para citar, por acaso, Proudhon.