Falar de Resistência será pensar o conceito de Resistência, não tanto enquanto uma certa e determinada rejeição normal e típica do senso comum mas antes como um processo dinâmico de Acção e Reacção. O saber dizer NÃO em absoluto às regras do jogo. É perceber para lá do simples entender das regras do quotidiano. É ser capaz de ultrapassar a própria resistência ao pensamento, tal como denunciava Heidegger. É ruptura e ressonância, solidão e complementação, o que em si é já o corte primordial com o isolamento a que se remeteu o indivíduo da pós modernidade, esse isolamento que caracteriza a mentalidade destes dias e desencadeia os processos de normalização, para aceder às margens do mundo. As margens de um pensamento político, social ou cultural formatado e pré determinado. As margens de um outro mundo. É possuir o sentir desse outro mundo, esse sentido de estranhamento face ao real ilusório que habitamos, a inquietude que sabe serem falsos os signos que nos regem e urge descontruir.